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16/04/2024

TECNOLOGIA EM EDUCAÇÃO

Rádio Falante e TV Paredão motivam alunos nos estudos e integram as ações escolares

23 de março de 2015 | Governo do Estado de Rondônia

Alunas na locução da Rádio Falante

Alunas na locução da Rádio Falante

“Trabalhar na Rádio Falante, além de me ajudar a ser mais comunicativa, me ensinou a ser responsável, ‘tipo’: acordar cedo, me arrumar, chegar antes das sete e quinze no colégio, colocar a programação no ‘ar’ como locutora junto com as minhas duas colegas”. “Antes eu faltava bastante às aulas e hoje eu não falto de jeito nenhum”. “Não sei se vou seguir carreira, mas te garanto que esta experiência vai me ajudar muito quando for advogada”.  Estes depoimentos são de Kelly Beatriz, Lorrayne Oliveira e Ana Gabriela, as alunas e locutoras da rádio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Orlando Freire, em Porto Velho.

O mesmo acontece com o aluno e operador de áudio Nelson Francisco. Antes tímido, hoje, após três anos levando as mensagens e músicas a todos da escola Orlando Freire, diz que “é muito bom operar a mesa de som e atender aos pedidos que chegam dos colegas. Para minha vida, me ajudou a me comunicar mais que antes. Eu tinha muito receio de apresentar os trabalhos em sala de aula. Hoje sinto que evolui muito e estou mais confiante para fazer enfermagem”, afirma sorridente Francisco.

O diretor da escola Orlando Freire, Almir Ramos, fala com orgulho do projeto Rádio Falante, que nasceu em 2010 pela necessidade de se combater o consumo de drogas, dentro e fora do colégio, e, também, a prostituição infantil que ameaçava os jovens estudantes. “Deu tão certo que a equipe técnico-pedagógica, formada pelos professores Reinaldo Ramos, Alcemir Arruda e Suely Souza, é constantemente requisitada a capacitar técnicos de outras escolas, a exemplo das Capitão Sílvio, São Luiz e Flora Calheiros Cotrin”, informa Almir.

A pedagogia empregada é lúdica, com a finalidade de fazer a interação entre mestres e alunos. “A Rádio Falante tirou a atenção da violência e direcionou para a rádio através de perguntas de cunho educativo, deixando todos na expectativa de responder. O motivo são os brindes”, diz Reinaldo. Alcemir explica: “Nossos parceiros são o pipoqueiro e o sorveteiro (Francisco Chagas e Elivone Santos, ambos com 74 de idade e mais de 30 na escola). Eles colaboram conosco e se o aluno acertar a resposta, recebe a pipoca, o sorvete e, vez por outra, o lanche – também oferecido gratuitamente pela cantina do colégio”.

“A Rádio Falante tirou a atenção da violência e direcionou para a rádio através de perguntas de cunho educativo, deixando todos na expectativa de responder. O motivo são os brindes” – Reinaldo Ramos, professor

O número de alunos que já trabalharam na rádio é grande e todos são exemplos para os colegas, como o caso de uma aluna (que prefere não se identificar) que se interessou pelo veículo de comunicação, fez um estágio na rede Amazônica de Televisão, hoje trabalha em uma emissora de rádio da capital e está cursando jornalismo na Unir (Universidade Federal de Rondônia).

A Rádio Falante é um projeto que se multiplicou, começando apenas no período da manhã. No início de 2014 se estendeu para o da tarde e agora em 2015 passa a cobrir os três horários de aulas. A experiência adquirida permitiu a criação de outros projetos, como o Centopeia de incentivo a leitura. “Temos alunos lendo um livro por semana”, conta a professora Suely Souza que, trabalhando desde 2009 na escola Orlando Freire, ajudou o projeto Rádio Falante dar os primeiros passos no mês de abril de 2010. “Antigamente a gente tinha que passar sala por sala para dar os avisos e hoje, com a rádio, a gente não precisa mais. Através do estúdio da escola todos os alunos, professores e funcionários escutam ao mesmo tempo”, complementa Suely.

Alunos observam as atividades realizadas na Rádio Falante, pela TV Paredão

Alunos observam as atividades realizadas na Rádio Falante, pela TV Paredão

TV

A TV Paredão surgiu para dar visibilidade ao que acontecia no estúdio, porque vários alunos queriam saber o que lá se passava, empurrando a porta e atrapalhando a programação. De início uma câmera amadora passou a filmar e transmitir para uma pequena Tv (de tubo de raios catódicos) que foi colocada ao lado da porta do estúdio. Meses depois ela foi substituída por outra de LED de 42 polegadas. Assim, a programação, que é variada e eclética, passou a ser também assistida pelos alunos durante os horários em que não estão em sala de aula.

Tudo começa logo cedo com os hinos Nacional e Céus de Rondônia. Em seguida vêm os avisos, os trabalhos pedagógicos que acontecem na escola – por exemplo, o Dia da Mulher –  e as perguntas educativas. Durante o recreio se tocam músicas, evitando as de cunho degradante ou incitativo, dando preferência às de MPB. O mais novo projeto musical é o ‘Caminhando junto com o rei’ que toca músicas de Roberto Carlos e faz perguntas sobre as letras, trilhas sonoras, nomes dos compositores de cada uma delas, etc.

Pessoas da comunidade também participam, por meio de agendamento, dando entrevistas educativas. No mês de fevereiro odontólogos foram entrevistados a respeito da saúde bucal, mas, como as entrevistas são interativas, vários alunos procuraram saber também sobre doenças sexualmente transmissíveis, cuidados de higiene geral. Os odontólogos informaram com precisão e de forma lúdica a todos as perguntas, foi um sucesso. Autoridades, esportistas, artistas e profissionais de diversas áreas também são convidados a dar seus testemunhos aos alunos da escola Orlando Freire.

O diretor Almir Ramos, relata alguns sucessos alcançados dizendo: “A Rádio Falante logo se destacou como projeto educacional bem sucedido e passou a ser tema de matérias, como as publicadas no site Amigos da Escola e a reportagem exibida em rede nacional pelo Jornal Hoje, da rede Globo” e complementa: “a ideia é a gente explorar o potencial que o rádio tem, usando como ferramenta de ensino e integração social”.


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Fonte
Texto: Marco Aurélio Anconi
Fotos: Ésio Mendes e Quintela
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Capacitação, Cultura, Educação, Inclusão Social, Rondônia, Tecnologia


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