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Defesa Civil Estadual socorre desalojados e desabrigados em cinco municípios de Rondônia

24 de março de 2015 | Governo do Estado de Rondônia

 

Rio Madeira, em Porto Velho

Rio Madeira, em Porto Velho

A Defesa Civil Estadual apoia desde o final de semana a capital, Porto Velho, e cinco municípios do interior de Rondônia atingidos por chuvas intensas e enxurradas: Buritis (já decretado estado de emergência), Cacoal, Campo Novo de Rondônia, Nova Mamoré, Pimenta Bueno e Porto Velho. Desde as primeiras inundações do rio Madeira, até esta terça-feira (24), pelo menos 207 famílias foram abrigadas em 140 barracas de lona em Porto Velho. Desse total, 29 ficaram desabrigadas e 178 desalojadas. Uma única família, do Lago Maravilha, está abrigada na Escola Municipal Paulo Monteiro Brasil, na BR-319.

Na segunda-feira (23), o rio Madeira subiu para 21,98 metros a sua cota na região do Abunã, e alcançava 16,96m na manhã desta terça-feira, na zona ribeirinha da Capital, onde o agravamento da situação também ocorreu no fim de semana, quando o rio alcançou a cota de 17,10m. Com isso, a Defesa Civil socorreu famílias dos bairros Areal, Baixa da União, Balsa, Mocambo, Nacional, São Sebastião e Vila Candeias, mobilizando oito viaturas e várias equipes.

Entre sexta-feira e sábado passado (21), a enxurrada destruiu pontes, bueiros e estradas vicinais, e obrigou a rede municipal de ensino a paralisar as aulas em Nova Mamoré (região de Guajará-Mirim). O escoamento da produção leiteira também foi prejudicado. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) mobilizará equipes para a recuperação das estradas.

“Apoiamos a Defesa Civil municipal no reconhecimento da situação de emergência”, informou o diretor de planejamento e operações da Defesa Civil estadual, tenente Artur Luiz de Souza.

Em Buritis (na mesma região), um dos municípios mais atingidos até agora, a equipe da Defesa Civil conclui nesta terça-feira o levantamento dos prejuízos. Cerca de mil casas foram atingidas pelas águas e pela enxurrada, segundo estimativa da prefeitura. Nesse município, os rios Candeias e São Domingos, além do Igarapé do Veado, transbordaram logo depois da chuva de sexta-feira (20), com duração até a tarde de sábado.

Em consequência da inundação do rio Pimenta (afluente do rio Machado), o município de Pimenta Bueno teve 480 famílias desabrigadas ou desalojadas, constatou a Defesa Civil estadual. Em Campo Novo de Rondônia (região de Ariquemes), a enxurrada destruiu uma ponte, mas não ficou caracterizada situação de emergência.

Desde o início de março, a solidariedade da Defesa Civil estendeu-se também aos vizinhos moradores do estado do Acre. Nos dias 3, 6 e 7, o órgão apoiou comboios transportando 152 toneladas de gêneros enviados para Rio Branco pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). Segundo o tenente Artur de Souza, a Defesa Civil custeou combustíveis no valor de R$ 2,3 mil, e cedeu cinco viaturas para as viagens.

Igarapé no bairro Baixa da União, na região central de Porto Velho

Igarapé no bairro Baixa da União, na região central de Porto Velho

Dados da Defesa Civil mostram que em janeiro choveu 265 milímetros em 19 dias; em fevereiro, durante 15 dias, o pluviômetro marcou 190.1 mm; e no mês de março, em 17 dias, 220.1 mm. Já o Setor de Hidrologia do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em Porto Velho aponta recordes de chuvas: em 27 de janeiro, 46 mm; em 19 de fevereiro, 61,3 mm. Apenas nos dias 23 e 24 (hoje) houve acúmulo de 89,1 mm.

“Essas chuvas têm pouca influência no nível do rio”,  explicou o hidrólogo Franco Buffon. Ele ressalta que “são necessários grandes volumes precipitados em grandes áreas para que o nível seja elevado”.

Cerca de 70% da área que capta chuvas que drenam para o rio Madeira se localizam na Bolívia e no Peru, e de lá escoam para o Brasil, ou seja, em locais anteriores (rio acima) ao município de Porto Velho.

No entanto, conforme a análise de Buffon, grandes volumes de chuva na bacia hidrográfica dos rios Beni e Mamoré (ambos na Bolívia) colocaram o rio Madeira em situação de alerta e de risco iminente de transbordamento, ou seja, níveis próximos ou acima de 17m.

Ocorreram pequenos transbordamentos, tanto que a maior parte das famílias de ribeirinhos da região do Baixo Madeira preferiu não ser remanejada para Porto Velho, pelo menos até agora.

Mesmo assim, o hidrólogo não descarta um grande transbordamento, pois a estação chuvosa ainda não terminou. “Geralmente, ela se encerra em meados da primeira ou segunda quinzena de abril.  Situação semelhante à do ano passado, porém, está descartada”. Em 2014, o rio ultrapassou a cota de 19m.


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Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Ésio Mendes
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Agricultura, Agropecuária, Água, Distritos, Ecologia, Governo, Infraestrutura, Justiça, Legislação, Meio Ambiente, Piscicultura, Polícia, Rondônia, Saneamento, Saúde, Serviço, Sociedade, Solidariedade, Tecnologia, Trânsito, Transporte


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