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29/03/2024

ECONOMIA

Plantio de floresta gera renda e recupera áreas degradadas em Rondônia

09 de junho de 2015 | Governo do Estado de Rondônia

Extração da resina de pinus lembra a da seringa

Extração da resina de pinus lembra a da seringa

Após a assinatura do Decreto 15.933 de maio de 2011 e a implantação do projeto Florestas Plantadas, o governo de Rondônia tem investido e orientado o produtor rural para o plantio de espécies florestais que, além de recuperar a área degradada, também gera renda sem a necessidade de derrubada da floresta.

Além da Castanha do Brasil que já está em larga expansão no estado, outras espécies têm sido incentivadas para plantio, conforme informa o engenheiro florestal Edgar Menezes Cardoso da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Sedam, como o Pinus Tropicais, Eucalipto, Teca, Pinho Cuiabano ou Bandarra.

Segundo Edgar Cardoso, somente um produtor do cone sul de Rondônia comercializou este ano 481 toneladas de resina bruta, extraídas do Pinus, que permanece plantado, e que gerou uma renda estimada em mais de R$ 1 milhão ao produtor, “além disso está recuperando a área degradada, numa área de 200 hectares”.

Esta goma tem a China como grande comprador e dela é possível se produzir mais de 2 mil produtos, como tintas e vernizes, tinta para impressão, colas, cosméticos, indústria alimentícia, sabões e detergentes, entre outras utilizações.

O pinus fornece além da resina, a madeira, utilizada para produção de móveis e celulose (algumas espécies). A extração da madeira e da goma pode começar aos 7 anos de idade da planta e se estendem até os 22 anos quando seu crescimento estabiliza.

TECA

Outra espécie que já está sendo plantada em larga escala em Rondônia é a teca. Para quem deseja ter uma boa aposentadoria e tem tempo para esperar, é uma ótima opção ao produtor.

Os preços de sua valorizada madeira chegam a US$ 3.640,00 (dólares) por metro cúbico. Para fazer esta ‘poupança verde’, porém, é preciso ter paciência. No Brasil, a árvore leva 25 anos para estar no ponto ideal de corte. O que é até pouco tempo, uma vez que nos países de origem ela alcança o mesmo estágio de desenvolvimento só depois de 80 a 100 anos.

Produção de madeira com a teca em conjunto com a produção agrosilvopastoril

Produção de madeira com a teca em conjunto com a produção agrosilvopastoril

A teca é considerada uma espécie nobre, mas não é nativa. Em 2015 foi exportada pelo porto de Porto Velho, U$ 6,38 milhões em teca, com apenas um comerciante de madeira que enviou o produto para China, Vietnã e Índia. A madeira foi em toras.

Com o crescente e promissor mercado do produto, um comerciante está adquirindo maquinário para o beneficiamento da teca em Rondônia, o que, segundo Edgar Cardoso, “irá possibilitar agregar valor ao produto e aumentar a lucratividade da cadeia produtiva”.

Foram exportados com a Teca, em 2014, acima de 25 mil metros cúbicos (m³). Em 2015, já foram exportados 13.500 m³ – até maio. Só com um fornecedor há contratos firmados para contratação de 31.430 m³. “Isto demonstra que o mercado está aberto à lucratividade”, garante o engenheiro da Sedam.

EUCALIPTO

As florestas de eucalipto também se revelam como uma atividade economicamente rentável sendo que a extração de sua madeira é amplamente utilizada nos projetos de reflorestamento. Comparado a outras espécies florestais, a produtividade média por hectare é maior e o custo de produção é inferior.

Dentro os usos da sua madeira, pode-se citar a utilização em cercas, estacas, postes e como fonte de energia para a utilização nos secadores de grãos, cerâmicas, laticínios e frigoríficos (caldeiras). Além disso, é muito utilizado na construção civil. A demanda atual, segundo Edgar é de 250 mil m³ de lenha por ano, devido o alto custo da energia elétrica.

Plantio de eucaliptos em Vilhena

Plantio de eucaliptos em Vilhena

Com a crescente demanda e oferta de produtos, um comerciante de Vilhena já se antecipou, conforme informa Edgar Cardoso, e montou uma Usina para tratamento de madeira de eucalipto, possibilitando uma garantia da madeira de 12 anos, contra pragas e cupins.

Uma das grandes vantagens da produção de eucalipto é na agrossilvicultura, pois pode ser cultivado em combinação com culturas agrícolas e/ou com gramíneas para a criação animal que propiciam, entre outras vantagens, a recuperação da fertilidade dos solos, o fornecimento de adubos verdes e o controle de ervas daninha.

É um investimento com retorno em médio prazo e lucrativo, porque prevê a diversificação da propriedade que não deixará de produzir as culturas agrícolas já existentes.

Os padrões culturais do mundo moderno têm como base de sustentação a necessidade de consumo de madeiras. No entanto, a preocupação com o meio ambiente e com a preservação das reservas naturais aponta o setor florestal e, principalmente a silvicultura do eucalipto, como solução eficiente para diminuir os riscos de extinção das reservas de mata nativa brasileira, hoje, ameaçadas de desaparecerem.

Com a necessidade crescente de conservar os mananciais e proteger a biodiversidade, o eucalipto se apresenta como uma prática sustentável de manejo de grande potencial, constituindo-se numa opção técnica economicamente viável, por sua capacidade produtiva e adaptação aos diversos ambientes de clima e solo.

GARGALOS

Mas existem ainda alguns gargalos a serem transpostos, segundo o responsável na Sedam pelo projeto Floresta Plantada. Ele aponta pelo menos três pontos essenciais, como a falta de regularização fundiária na região sul do Estado; adequação do zoneamento socioeconômico e ambiental de Rondônia para as áreas de cerrado e a necessidade de um fomento florestal voltado ao pequeno produtor rural.


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Fonte
Texto: Geovani Berno
Fotos: Admilson Knightz e Sedam
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Agricultura, Agropecuária, Economia, Governo, Meio Ambiente, Rondônia, Sociedade, Tecnologia


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