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28/03/2024

EDUCAÇÃO

Cinco aldeias indígenas de Guajará-Mirim estreiam mediação tecnológica

12 de dezembro de 2016 | Governo do Estado de Rondônia

Projeto Açaí forma professores indígenas

Reunião do Projeto Açaí em Ji-Paraná para formatura de professores indígenas

O ano termina com resultado positivo para territórios de 54 povos indígenas de Rondônia e perspectivas de avanço em 2017, conforme avaliou na sexta-feira (9) o coordenador estadual dessa área na Secretaria Estadual de Educação (Seduc), Antônio Puruborá.

“Apesar dos problemas de demarcação e de saúde, vivemos um momento importante, debatendo nossas carências que irão subsidiar a Conferência Estadual e a 2ª Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena (Coneei)”, comentou o coordenador.

Com a participação de aproximadamente 300 pessoas, aldeias dos municípios de Alta Floresta do Oeste, Espigão do Oeste, Pimenta Bueno e rio Mamoré/Guaporé debateram seus problemas e outras regiões deverão concluir a primeira fase até março do próximo ano.

Qual a forma de educação que melhor atende à realidade indígena no estado? – é a principal indagação nesse debate.

A coordenadoria encerrou a primeira parte das conferências com o debate de metodologias que definirão os rumos das políticas públicas para o setor nos próximos anos. O Conselho Estadual de Educação Indígena será instalado no início de 2017.

Segundo Puruborá, o clima de expectativa toma conta dos povos indígenas: cinco escolas de educação indígena no município de Guajará-Mirim, na fronteira brasileira com a Bolívia, iniciarão a mediação tecnológica no primeiro bimestre de 2017. Elas se situam na Baía das Onças, Ricardo Franco, Rio Negro Ocaia, Sotério e Tanajura – todas, a mais de 400 quilômetros da capital, Porto Velho.

118 ESCOLAS INDÍGENAS

O coordenador avalia que o reconhecimento dessas metodologias próprias significa “a consolidação de esforços e de lutas” desde a promulgação da Constituição Federal de 1988.

Segundo ele, o direito a uma educação escolar específica e diferenciada proporcionará o respeito à realidade sociocultural e garantirá a sociodiversidade em algumas ações.

Nesse compasso, as escolas indígenas de Guajará-Mirim utilizarão recursos do Programa de Desenvolvimento e Inclusão Socioeconômica (Pidise), financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e administrado no estado pela Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão.

Atualmente, 118 escolas indígenas no estado ensinam a língua materna da 1ª à 5ª série e nelas trabalham professores indígenas formados pelo Projeto Açaí, que em 2016 inteirou o quinto módulo.

A 1ª fase da 2ª Connei ocorrerá nas aldeias e delas participam crianças, adultos e idosos, entre eles, pajés. A 2ª fase é a Conferência Estadual, marcada para junho de 2017 no Centro de Treinamento da Emater, em Ouro Preto do Oeste, na qual são escolhidos delegados das comunidades. E a 3ª fase, em novembro do ano que vem, ocorrerá em Brasília.

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Antônio Puruborá, coordenador do ensino indígena

COMO ESTÁ NO PAÍS

Dados públicos mais recentes sobre educação escolar indígena no Brasil são do Censo Escolar de 2014 (Inep, 2014), indicando a existência de 3.085 escolas indígenas no País. Desse total, 1.530 escolas (49,6%) ofereciam educação infantil, 2.877 (93,2%) os anos iniciais do ensino fundamental, 1.384 (44,9%) os anos finais do ensino fundamental, 366 (11,9%) o ensino médio, 12 (0,4%) a educação profissional e 768 (24,9%) a Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Destas 3.085 escolas, 2.180 (70,7%) funcionavam em prédios próprios, 663 em galpões (21,5%) e 242 (7,8%) em outros locais.

Apenas 219 (7,1%) tinham abastecimento de água da rede pública; 1.205 (39%) usavam água de rios, fontes e igarapés, 1.243 (43%) de poços artesianos ou cisternas e 318 (10,3%) não dispunham de abastecimento de água.

 

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Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Secom
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Capacitação, Cultura, Distritos, Educação, Governo, Inclusão Social, Rondônia, Tecnologia


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