Governo de Rondônia
19/03/2024

Leptospirose

Governo do Estado de Rondônia

LEPTOSPIROSE

Descrição:

É uma doença infecciosa aguda causada pela bactéria Leptospira, transmitida pela urina de animais infectados principalmente os roedores sinantrópicos (doméstico) – Rattus norvegicus ou ratazana de esgoto, Rattus ou rato de telhado e o Mus musculus ou camundongo.

Estes animais se infectam e não desenvolvem a doença, tornando-se portadores da Leptospira e eliminando-a no meio ambiente, contaminando a água, o solo e alimentos. O Rattus norvegicus é o principal portador. Os ovinos, caprinos, caninos, suínos, bovinos e eqüinos também podem transmitir a doença.

Sintomas:

  • Febre
  • Dor muscular (panturrilha)
  • Náuseas e vômitos
  • Cefaléia
  • Icterícia (pele e mucosas amareladas)

Transmissão:

Principalmente pelo contato com água ou lama contaminada com urina de animal infectado.

Prevenção:

1-Usar proteção de botas e/ou luvas ou sacos plásticos quando:

  • Fizer a limpeza de caixa de esgoto
  • Manusear materiais de locais onde possam existir ratos como lixo, material de construção, entulho.
  • Tiver contato com regiões marginais de rios, lagos como em pescarias.

2-Evitar a proliferação de roedores:

  • Acondicionar devidamente o lixo.
  • Não acumular entulho no quintal.
  • Manter limpo e desmatado os terrenos baldios e margens de córregos e lagos.
  • Manter o mato roçado.
  • Fechar fendas e buracos em telhas, paredes e rodapés.
  • Conservar caixas de água, ralos e vasos sanitários bem fechados.
  • Retirar e lavar todas as noites os vasilhames de alimentos dos cães.

 LEPTOSPIROSE – O que saber e o que fazer

O que é leptospirose?

É uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira presente na urina do rato.

Como se pega a leptospirose?

Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama contaminada poderá se infectar. A Leptospira penetra no corpo pela pele, principalmente se houver algum ferimento ou arranhão. Na época de seca, oferecem riscos à saúde humana o contato com água ou lama de esgoto, lagoas ou rios contaminados e terrenos baldios onde existem ratos. Portanto, deve-se evitar o contato com esses ambientes.

Quais os sintomas?

Os sintomas mais freqüentes são parecidos com os de outras doenças, como a gripe. Os principais são: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas (batata-da-perna), podendo também ocorrer icterícia rubínica (coloração alaranjada da pele e das mucosas). Nas formas mais graves são necessários cuidados especiais, inclusive internação hospitalar.

O que fazer ao manifestar esses sintomas?

Se você apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo, alguns dias depois de ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto, procure imediatamente o Centro de Saúde mais próximo. Não se esqueça de contar ao médico o seu contato com água ou lama de enchente. Somente o médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a doença. A leptospirose é uma doença curável, e o diagnóstico e o tratamento precoces são a melhor solução.

Quanto tempo demora para a doença aparecer?

Os primeiros sintomas podem aparecer de um a 30 dias depois do contato com a enchente. Na maior parte dos casos, aparece 7 a 14 dias após o contato.

Como é feito o tratamento da leptospirose?

O tratamento é baseado no uso de antibióticos, hidratação e suporte clínico, orientado sempre por um médico, de acordo com os sintomas apresentados. Os casos leves podem ser tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam ser internados.

Como evitar a doença?

Evite o contato com água ou lama de enchentes e impeça que crianças nadem ou brinquem em ambientes que possam estar contaminados pela urina dos ratos. Pessoas que trabalham na limpeza de lamas, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (se isto for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés). Também são necessárias medidas ligadas ao meio ambiente, tais como o controle de roedores, obras de saneamento básico (abastecimento de água, lixo e esgoto) e melhorias nas habitações humanas.

E se o contato com água contaminada for inevitável, como proceder?

Neste caso, a única forma de reduzir riscos à saúde é permanecer o menor tempo possível em contato com essas águas. Se a enchente inundar as residências, após as águas baixarem será necessário lavar e desinfetar o chão, as paredes, os objetos caseiros e as roupas atingidas com água sanitária, na proporção de 4 xícaras de café deste produto para um balde de 20 litros de água. Depois, enxaguar o ambiente e objetos com água limpa. Todo alimento que teve contato com água contaminada deve ser jogado fora, pois pode transmitir doenças.
Também é importante limpar e desinfetar a caixa d’água com uma solução de água sanitária, da seguinte forma:

  • Esvazie e lave a caixa d’água, esfregando bem as paredes e o fundo;
  • Após acabar de limpar, adicionar 1 litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água no reservatório;
  •  Depois, abra a entrada principal da água e encha a caixa d’água com água limpa; feche o registro após o enchimento da caixa;
  • Após 30 minutos, abra as torneiras por alguns segundos para que essa água misturada com água sanitária entre na tubulação;
  • Aguarde uma hora e trinta minutos para que se faça a desinfecção;
  • Abra novamente as torneiras, para drenar toda a água. A água que sai pelas torneiras pode servir para a limpeza de chão e paredes;
  • Encha novamente a caixa com água limpa.

Por quanto tempo a leptospira sobrevive no meio ambiente?

As leptospiras podem sobreviver no ambiente até semanas ou meses, dependendo das condições do ambiente (temperatura, umidade, lama ou águas de superfície). Porém, são bactérias sensíveis aos desinfetantes comuns e a determinadas condições ambientais. Elas são rapidamente mortas por desinfetantes, como o hipoclorito de sódio, presente na água sanitária, e quando expostas à luz solar direta.

É possível determinar se ás águas de córrego, lagoa ou represa estão contaminadas por leptospira?

Pode ser que animais infectados, principalmente ratos, tenham acesso a estas águas, contaminado-as regularmente com leptospiras. Desta forma, é impossível afirmar que estas águas estejam livres da bactéria. Se coletarmos uma amostra dessa água para análise, o resultado irá representar apenas aquele momento e aquele local. O resultado da análise sendo negativo, não significa que toda a área esteja livre da presença da bactéria.

Em caso de dúvida, solicite orientação das autoridades sanitárias locais indagando sobre a ocorrência de casos humanos da doença nesses locais. Lembrar que nunca deve ser indicado o uso de desinfetantes em grandes coleções de água, pois além de não matarem as bactérias, contaminariam o ambiente e alterariam as condições ecológicas do local.

Se o contato com águas suspeitas já ocorreu, qual o risco da pessoa se contaminar?

Nesta situação, a contaminação da pessoa dependerá de alguns fatores, como a concentração de leptospiras na água, o tempo que a pessoa ficou em contato com a água e a possibilidade ou não da penetração da bactéria no corpo humano, entre outros fatores. Deve-se ficar atento por alguns dias e, se a pessoa adoecer, deve procurar o médico o mais breve possível, não esquecendo de relatar ter sido provavelmente exposto a contrair leptospirose.

Quais são as principais medidas para evitar ratos?

  • Manter os alimentos armazenados em vasilhames tampados e à prova de roedores;
  • Acondicionar o lixo em sacos plásticos em locais elevados do solo, colocando-o para coleta pouco antes do lixeiro passar;
  • Caso existam animais no domicílio (cães, gatos e outros), retirar e lavar os vasilhames de alimento do animal todos os dias antes do anoitecer, pois ele também pode ser contaminado pela urina do rato;
  • Manter limpos e desmatados os terrenos baldios;
  • Jamais jogar lixo à beira de córregos, pois além de atrair roedores, o lixo dificulta o escoamento das águas, agravando o problema das enchentes;
  • Grama e mato devem ser mantidos roçados, para evitar que sirvam de abrigo para os ratos;
  • Fechar buracos de telhas, paredes e rodapés para evitar o ingresso dos ratos para dentro de sua casa;
  • Manter as caixas d’água, ralos e vasos sanitários fechados com tampas pesadas.


Lembre-se:
 Uma vez instalados num determinado local, os ratos começam a se reproduzir, multiplicando-se rapidamente, o que dificulta o seu controle e aumenta o risco de transmitir doenças.

Porque o controle de roedores é importante para se diminuir o número de casos de leptospirose?

Porque os ratos são os principais transmissores da doença para o homem. Eliminam as leptospiras pela sua urina, contaminando o ambiente – água, solo e alimentos.
Nas cidades, a aglomeração humana associada à alta infestação de ratos (principalmente ratazanas) e à grande quantidade de lixo tornam maior o risco de se pegar leptospirose. Controlar a população de ratos é a melhor forma de combater a doença. O controle de roedores deve ser feito o ano inteiro para que se obtenha resultados satisfatórios na diminuição de sua população.

Outros animais podem pegar a doença? Não há risco de transmissão para o homem por estes animais?

Outros animais são sensíveis à leptospira e podem se infectar, ficarem doentes e até mesmo morrer de leptospirose. Bois, porcos, cães, cavalos e cabras, dentre outros, podem sofrer a doença e também transmiti-la ao homem, porém em menor escala do que os ratos.

Se os animais domésticos também podem transmitir a doença, o que fazer para evitar a contaminação por esta forma?

Os animais domésticos quando são infectados, eliminam a bactéria através da urina assim como acontece com os ratos; portanto, deve-se tomar especiais cuidados, evitando-se o contato direto ou indireto com suas excretas (principalmente a urina, no caso da leptospirose). Os locais onde os animais permanecem e urinam devem ser higienizados diariamente, utilizando-se luvas e botas para proteção das mãos e pés, evitando o contato com a urina desses animais.

Quais são os sintomas da leptospirose nos cães?

Os cães podem se infectar e eliminar a bactéria pela urina, mas nem sempre manifestam sintomas da doença. Estes variam desde falta de apetite, fraqueza, febre, vômitos, diarréia a icterícia e hemorragias, podendo levar o animal à morte. Portanto, sempre que o cão adoecer, deve- se procurar assistência veterinária.

Qualquer pessoa pode ter a doença?

Sim, qualquer pessoa pode pegar leptospirose. Tem-se observado que a maior freqüência de casos acontece em indivíduos do sexo masculino, na faixa de 20 a 35 anos, provavelmente pela maior exposição a situações de risco, quer seja em casa, quer seja no trabalho.

Uma pessoa com leptospirose transmite a doença para outra pessoa?

Não, a leptospirose não é contagiosa. Não há transmissão de uma pessoa para outra. É transmitida entre os animais e dos animais para o homem, sempre pelo contato da urina do animal com a pele do homem.

Existe o risco da pessoa contrair leptospirose bebendo líquido em latinhas de refrigerantes, sucos, cerveja ou água?

Apesar da transmissão ocorrer principalmente pela penetração da leptospira através da pele ou mucosas, já foi descrita pela ingestão de água ou alimentos contaminados com a urina de ratos, ainda que raramente.
Se for ingerida, a leptospira morre ao entrar em contato com o suco gástrico. A possibilidade da pessoa se infectar bebendo em latinhas contaminadas com a urina de ratos é teoricamente possível, se houver uma ferida na boca, que possa permitir a entrada da leptospira no organismo pela circulação sangüínea. Apesar desse risco teórico, até o momento não foram comprovados casos de transmissão de leptospirose por latinhas de cerveja, refrigerantes ou outras bebidas envasadas.
De qualquer modo, é essencial que se lave bem com água limpa qualquer latinha ou recipiente antes de ser levado à boca, para não se correr o risco de contaminação por algum tipo de bactéria. Este hábito de higienização não deve isentar os comerciantes de verificarem as condições de armazenamento de seus estoques, das condições de acondicionamento de seu lixo e de manter implantado um sistema de controle de roedores em todas suas instalações.

Existe vacina contra a leptospirose?

No Brasil não existe nenhuma vacina contra a leptospirose para seres humanos. Existem vacinas somente para uso em animais, como cães, bovinos e suínos. Esses animais devem ser vacinados todos os anos para ficarem livres do risco de contrair a doença e diminuir o risco de transmiti-la ao homem.

Qual é o papel do Ministério da Saúde no controle da leptospirose?

O Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria de Vigilância em Saúde/SVS, elabora normas, coordena, assessora e supervisiona as ações de vigilância e controle da doença, que são desenvolvidas em todo o país pelas secretarias estaduais e municipais de saúde. Para desenvolver este papel, a SVS elabora e distribui material técnico e educativo, e capacita técnicos de estados e municípios para executarem ações de forma mais efetiva. A SVS também estuda os dados da doença registrados em todo o país, e se mantém vigilante para a ocorrência de casos e surtos de leptospirose, a todo momento.

O que os municípios devem fazer para prevenir a ocorrência da leptospirose na população?

Os municípios devem implementar ações integradas com os setores de Obras, Saneamento, Agricultura, Habitação e Educação, de forma a reduzir ou eliminar as condições para a proliferação dos roedores. Além disso, as secretarias estaduais e municipais de saúde são responsáveis pelo atendimento e tratamento de doentes e pela vigilância de casos de leptospirose em humanos, bem como pelo controle de roedores em vias e logradouros públicos e áreas onde a leptospirose ocorre.

O que a população deve fazer para ajudar a prevenir a ocorrência da leptospirose?

A população tem a sua parcela de responsabilidade na prevenção da doença. Ela pode e deve procurar manter o ambiente impróprio para a instalação de roedores, conforme já foi descrito, e utilizar-se de medidas de proteção individual, quando se expuser a situações de risco.

FONTE: SVS/MS-COORD. NACIONAL CONTROLE DA LEPTOSPIROSE 

Responsável: Luzimar de Souto Amorim Ribeiro Pinho


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