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MUDANÇA

Educação e disciplina transformam vidas de alunos do Colégio Tiradentes da Polícia Militar de Jacy-Paraná

07 de agosto de 2017 | Governo do Estado de Rondônia

Dedicação de Mateus é comemorada pela família

Mateus de Oliveira, 15 anos, estuda o 8° ano no Colégio Tiradentes da Polícia Militar Unidade Jacy-Paraná (CTPM II). Ele era conhecido como aluno-problema. Indisciplinado e pouco interessando nos estudos reprovou o 6º ano, o primeiro em que estudou no colégio. Ele conta que na época era contra as regras da escola, mas agora as cumpre com orgulho.

‘‘Eu que não queria está na escola nos primeiros anos, estou aqui de segunda à sexta pela tarde e ainda segunda, quarta e sexta pela manhã para o ensaio da banda de fanfarra’’. Quando está em casa, ele ajuda a mãe a cuidar do comércio e das irmãs.  A mãe dele, a comerciante Lucineia de Avelar, comprova que o colégio provocou uma transformação na vida de Mateus.

‘‘No primeiro ano ele foi rebelde, várias vezes durante o mês eu tinha que ir lá por causa de notificações porque alguma ele tinha aprontado. No segundo ano continuou desse jeito. A tenente disse que ele estava muito arteiro, não queria escrever o que a professora passava, fazia bolinha de papel e ficava jogando nos outros alunos’’, relembra Lucineia.

Para Mateus, a aversão ao novo colégio era uma espécie de protesto a nova escola. ‘‘Na escola antiga, eu mesmo não me interessava pelas coisas, de vez em quando saia alguma briga, bagunçava demais. Aí minha mãe teve a iniciativa de me matricular no colégio militar e eu não queria vir para cá, cheguei aqui não gostei, bagunçava demais, não respeitava ninguém. Estava quase para ser expulso da escola, os monitores não estavam aguentando mais, minha mãe era chamada na escola quase todo dia’’, conta.

Com o tempo, Mateus foi compreendendo que com a resistência à disciplina escolar, ele era o principal prejudicado.  ‘‘Fui conversando com a tenente, ela me dava muito conselho, os monitores também, aí eu fui melhorando até que surgiu a oportunidade de montar a banda e ela me deu essa chance. De lá para cá só venho melhorando’’, afirma Mateus que se tornou regente da banda de fanfarra. ‘‘Já tem dois anos que já não me chamam mais na escola por causa de danação de Mateus’’, garante Lucineia.

De aluno-problema, Mateus passou a ser dedicado nos estudos e na atividade extracurricular. ‘‘Com 16 dias que a gente estava ensaiando eu fiz a inscrição para a competição em Porto Velho de bandas de fanfarra e ficamos em quarto lugar e agora já estamos nos preparando para outro concurso’’, disse entusiasmado.

DISCIPLINA

Devidamente uniformizados da cabeça aos pés, bibico na cabeça, camisa com identificação da escola, calças ou saias da cor marrom, sapatos pretos e meias brancas. Eles marcham e sabem decorados os hinos cívicos brasileiros. Os cabelos das meninas são presos em coques e dos meninos cortados conforme o padrão militar.

Ao encontrar com a diretora ou monitores prestam continência. É assim para os 813 alunos do Colégio Tiradentes da Polícia Militar Unidade Jacy-Paraná (CTPM II). Tudo o que Mateus e outros estudantes não queriam, mas aprenderam a cumprir com carinho.

A dona de restaurante Bianca Michele Menezes tem dois filhos matriculados no colégio: Davi Cristian Araújo do 9º, 15 anos e Ana Letícia Araújo do 6º, 12 anos. O mais velho saiu da escola há mês para servir o Exército. ‘‘Essa escola muda principalmente à área disciplinar porque apesar da gente dar educação, eu, o pai, o avô, não era o suficiente. Então a escola veio para mostrar para eles a disciplina principalmente pela tenente que é muito próxima deles. Os pais que participam percebem o carinho que ela tem’’, afirma.

 

‘‘Esse conceito de militarização ele é completamente equivocado. O que nós temos aqui é um modelo de educação onde a gente utiliza por base a disciplina, os princípios éticos, morais, respeito, a educação tradicional. Aqui não tem aquela história de aula vaga, só um tempo de aula ou liberar o aluno mais cedo para ir para casa’’, Érika Ossuci, diretora

 

Bianca também percebeu a mudança que os filhos passaram no colégio. ‘‘Logo início tinha uma resistência, principalmente por parte do Amin Gabriel porque ele não aceitava certas normas da escola. Ele disse que nunca iria usar o cabelo do jeito que era orientado, hoje ele não está mais na escola, mas continua com o padrão do colégio militar. Ele antes pintava o cabelo, fazia luzes e eu acredito que se ele estivesse em outra escola não existia essa mudança porque eu conversava, o pai dele conversava e não tinha jeito’’, revela.

Este é o primeiro ano da filha dela, Ana, na escola e Bianca também já percebe as mudanças. ‘‘Ela tem um cuidado com o material escolar que não tinha antes, quer acompanhar o ritmo dos outros alunos. Ela dizia que não ia usar o bibico, agora usa bibico até chegar em casa’’, afirma.

PRINCÍPIOS

O Colégio Tiradentes da Polícia Militar Unidade Jacy-Paraná (CTPM II) iniciou as atividades no distrito em 2014 com a missão de combater através da educação as problemáticas sociais da localidade como altos índices de consumo e venda de drogas, prostituição infantil e criminalidade. É a única escola militar do distrito e foi aos poucos conquistando os estudantes com um novo modelo escolar.

‘‘Não é militarismo, são somente práticas de boa educação. É nada mais, nada menos que os princípios básicos da boa educação. Bater na porta, pedir licença, agradecer, chamar os mais velhos de senhor, de senhora, não pode xingar, não pode bater, se você ver alguma coisa errada você tem que falar’’, afirma a diretora do colégio, tenente Erika Ossuci.

O aluno é incentivado a não errar por omissão. ‘‘Eles chegam e dizem, mas tenente eu não fiz nada. E eu digo, pois esse é o problema você não fez nada. Você estava lá, viu tudo e não fez nada. Eu não quero que meus alunos sejam pessoas assim que veem as coisas erradas e não fazem nada. Eu quero que eles sejam adultos ativos que não fiquem assistindo injustiças de braços cruzados. Se você sabe que está errado e pode intervir, por que não?’’

‘‘Esse conceito de militarização ele é completamente equivocado. O que nós temos aqui é um modelo de educação onde a gente utiliza por base a disciplina, os princípios éticos, morais, respeito, a educação tradicional. Aqui não tem aquela história de aula vaga, só um tempo de aula ou liberar o aluno mais cedo para ir para casa’’, garante a tenente.

O Colégio Tiradentes da Polícia Militar de Jacy-Paraná é aberto a toda a comunidade. Ao contrário, de outras unidades onde há o predomínio de filhos de policiais. A maioria pertence a famílias simples, são filhos de agricultores e pequenos comerciantes. ‘‘Aqui nós estamos direcionando esses meninos para a sociedade lá fora. Os princípios que eles aprendem aqui eles levam para a sociedade’’, defende.

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Fonte
Texto: Vanessa Moura
Fotos: Bruno Corsino
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Distritos, Educação, Governo, Polícia, Rondônia, Sociedade


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