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28/03/2024

EDUCAÇÃO

Estudante de Rondônia conquista 6ª Edição da Olimpíada de Língua Portuguesa

04 de fevereiro de 2020 | Governo do Estado de Rondônia

Rondônia volta a ser destaque no cenário educacional do Brasil com a conquista da estudante Karoline Vitória de Souza, da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Jerri Adriani Turatti, localizada em Espigão do Oeste (RO), na 6ª Edição da Olimpíada de Língua Portuguesa, na categoria memórias literárias (6º e 7º ano do ensino fundamental). A estudante contou a história, no texto “Paralelo 11: Do cocar vermelho ao pé de jatobá”, cujo tema foi “O lugar onde vivo”.

A Olimpíada de Língua Portuguesa é destinada aos alunos matriculados em escolas públicas de todo o país, e a rondoniense participou da competição que teve 42.086 escolas inscritas, de 4.876 municípios brasileiros. Os alunos inscreveram 171.035 trabalhos orientados por 85.908 professores.

Logomarca da 6ª Edição da Olimpíada de Língua Portuguesa

O professor Alan Francisco Gonçalves Souza foi o orientador de Karolina Vitória de Souza e afirmou que a estudante  ficou emocionada ao tomar conhecimento da conquista, e destacou o esforço que o governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha, tem feito  com investimentos no setor educacional do Estado, e que vem sendo administrado pelo secretário de Estado da Educação de Rondônia, professor Suamy Vivecananda Lacerda de Abreu, nas ações, programas e projetos na rede estadual de educação.

TEXTO VENCEDOR

“Apenas cinzas e o cocar vermelho e, a pouca distância dele, a lâmina ensanguentada”, essa foi a visão que o pai de Anemã Irun Cinta-Larga, indígena de 50 anos, teve ao chegar na aldeia após uma noite com os amigos.

Foi a manhã do Massacre do Paralelo 11, quando o território, palco de conflito entre indígenas e garimpeiros, foi invadido por pistoleiros que praticaram roubo, estupros, grilagem, assassinato, suborno e tortura, em 1963.

A história, contada no texto “Paralelo 11: Do cocar vermelho ao pé de jatobá”, de Karoline Vitória de Souza, 12 anos, foi um dos vencedores da 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa, cujo tema foi “O lugar onde vivo”.

Os 135 textos produzidos pelos finalistas foram reunidos em um e-book, disponível no portal Escrevendo o Futuro.

Karoline conheceu Anemã Irun Cinta-Larga em atividade promovida na escola Jerris Adriani Turatti, em Espigão D’Oeste (RO), onde estuda.

“Foi uma coisa que aconteceu aqui, e eu não sabia que tinha acontecido. Eu quis escrever porque tinha que deixar marcado. Aconteceram mortes. Foi difícil”, disse.

Anemã Irun Cinta-Larga contou aos estudantes a história que ouviu do pai, Pangunsukup. Naquela noite, ele estava em uma festa regada a chicha, uma bebida fermentada natural.

Quando chegou e viu a aldeia devastada, achou que fosse uma alucinação. A dona do cocar vermelho era uma “linda índia da aldeia, sem vestes, apenas um cocar e, em seu colo, uma criança em torno de seus 2 anos de idade”.

A criança foi a atingida por um tiro e caiu vagarosamente ao lado da índia. A indígena foi arrastada por homens brancos até um pé de jatobá, escreveu Karoline.

“E foi ali mesmo, amarrada pelos pés em dois galhos da árvore, onde o golpe certeiro do facão fez negra a visão do meu pai. Apenas um golpe. Em seguida, os dois homens começaram a revirar os índios caídos e partiram”.

Karoline não é indígena, mas disse que na escola tem colegas indígenas e que eles estão sempre na cidade, devido à proximidade da aldeia.

“Eu moro não exatamente onde aconteceu o massacre, mas a história vem daqui”.

A jovem ficou muito feliz com o prêmio e foi a primeira vez que foi à São Paulo, para receber a homenagem.

Ela disse que gosta muito de ler e de escrever.

“Eu tinha esperança de ganhar sim, mas não tinha aquela certeza. Quando eu ganhei, quando chamaram meu nome, foi impactante”.

Massacre do Paralelo 11

De acordo com o portal Povos Indígenas no Brasil, do Instituto Socioambiental, a Terra Indígena Roosevelt, localizada em Rondônia e Mato Grosso, tem um raro kimberlito, uma rocha vulcânica onde é encontrado o diamante.

O local é palco de conflitos entre indígenas e garimpeiros. Na década de 1960, houve assaltos às terras e envenenamentos de indígenas.

Em 1963, ocorreu o massacre.

Foram mortos indígenas com requintes de crueldade. Uma mulher foi pendurada viva e cortada ao meio com facão.

O massacre foi divulgado quando um dos participantes, não tendo recebido o pagamento prometido denunciou o caso.

O crime teve repercussão internacional, mas os mandantes dos crimes não foram punidos.

Olimpíada da Língua Portuguesa – A Olimpíada de Língua Portuguesa é realizada pelo Itaú Social e pelo Ministério da Educação (MEC), com coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).

Conta com a parceria da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), da Fundação Roberto Marinho e do Canal Futura.

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Fonte
Texto: Antônio Queiroz
Fotos: Divulgação OLP
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Educação, Evento, Governo, Rondônia, Sociedade


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