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19/04/2024

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Fundação de pesquisa de Rondônia mostra vantagens da desburocratização da ciência e da tecnologia

22 de janeiro de 2016 | Governo do Estado de Rondônia

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Ministro Celso Pancera (c) reuniu-se com presidentes de fundações em Brasília

A Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas do Estado de Rondônia (Fapero) promoverá em Porto Velho, no final de fevereiro, encontro com a Federação das Indústrias (Fiero), Universidade Federal de Rondônia (Unir) e outras instituições de ensino e pesquisa, para debater o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei nº 13.243/2016). Foi o que informou nessa segunda-feira (18) o presidente da Fapero, Francisco Elder Souza de Oliveira.

“O pesquisador passa a ter autoridade, a universidade poderá abrir seus laboratórios às empresas, e a importação de equipamentos e insumos foi facilitada”, destacou o presidente.

No dia 11 de janeiro, a presidente da República Dilma Rousseff sancionou a legislação que regula a relação entre entes públicos e privados, com transparência e segurança jurídica. A lei deverá reduzir a burocracia e dar mais celeridade ao setor. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) oferecerão R$ 200 milhões para projetos de pesquisa científica e tecnológica, nos próximos dois anos, em qualquer área do conhecimento.

Elder de Oliveira exemplificou como uma das vantagens trazidas pelo marco regulatório o Laboratório de Qualidade do Leite de Rondônia, avaliado em R$ 700 mil e projetado pelo Programa Pró-Leite, da Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Criado há seis anos, o laboratório ainda não funcionou porque depende da importação de insumos (como reagentes químicos) e da formação de estoques”.

Segundo o presidente da Fapero, antes do marco havia demora na compra e na entrega desses produtos, o que prejudicava a formação de estoques para pelo menos um ano. Além disso, o prazo de validade do reagente é pequeno. “A lei ajustou tudo, e hoje não mais necessitamos de licitação (Lei nº 8.666) para esse tipo de compra”, explicou.

As Instituições Públicas de Pesquisa Científica e Tecnológica (ICTs) poderão assinar acordos com empresas para o desenvolvimento de pesquisas conjuntas. Uma ICT cede ao parceiro privado a totalidade dos direitos de propriedade intelectual mediante compensação financeira ou não financeira, desde que economicamente mensurável.

CONTRATAÇÃO DIRETA

“Até então, os resultados ficavam com a instituição pública, que era obrigada a abrir concorrência para licenciar a tecnologia. Ou seja, a empresa que pagou pela pesquisa corria o risco, no fim das contas, de ver o resultado ser licenciado para uma outra empresa”, assinalou Elder de Oliveira.

União, estados e municípios poderão fomentar diretamente a inovação tecnológica em empresas e ICTs por meio de vários mecanismos, incluindo a contratação direta de projetos de pesquisa que envolvam risco tecnológico, para solução de problema técnico específico ou obtenção de produto, serviço ou processo inovador.

O presidente da Fapero acredita que a contratação direta de projetos de pesquisa tornará mais fácil trazer de Mato Grosso a tecnologia do tanque-rede para o peixe pirarucu. Sem a obrigatoriedade de licitação, também, o Estado poderá investir na produção de energia solar.

Rondônia tem insolação média mensal de quatro quilowatts por metro quadrado e com isso poderá usar largamente a energia solar para aquecer a água para banho, principalmente em municípios com temperatura baixa. Estudos foram feitos pelo Grupo de Pesquisa Renovável Sustentável (GPERS), supervisionado pelo professor Artur de Souza Moret, do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente da Unir.

Com base nessas pesquisas, o GPERS apontou outras fontes para diminuir problemas rondonienses: a hidroeletricidade em pequenas e médias quedas, a biomassa (a partir de resíduos florestais e de madeira, óleo vegetal de uso in natura e biodiesel) e biogás. Nesse último item, está o rebanho bovino presente em todos os 52 municípios.

Francisoc Elder de Olievira - Presidenta da Fapero - Foto Admilson Knightz (2)

“Está bem melhor agora”, diz Elder de Oliveira

RONDÔNIA INVESTE

Elder de Oliveira retornou satisfeito da reunião com o ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pancera, a quem atribuiu “o reconhecimento do papel das fundações como fomentadoras e parceiras”.

O presidente lembrou que grande parte do setor é movido por fundações. A Fapero paulista, por exemplo, investe naquele estado mais do que o próprio governo Federal. Já em Rondônia, em convênio com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o governo estadual garante 30% dos investimentos em ciência, tecnologia e inovação.

Entre outros aportes financeiros, a Fapero conta com o caixa estadual nas chamadas do Programa de Apoio à Pesquisa (PAP) Universal, totalizando investimentos de R$ 900 mil, com desembolso em três anos. O Programa de Apoio à Pesquisa em Pós-Graduação (PAPP) terá R$ 320 mil em 2016.

Acordo firmado com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior  (Capes) em 2014 permitiu investimentos de R$ 17 milhões no prazo de cinco anos, em diferentes chamadas, para a formação de recursos humanos altamente qualificados, relacionados principalmente à consolidação e fortalecimento da pós-graduação stricto sensu (em sentido específico) em Rondônia, bem como, para fomentar os ensinos básico e médio, via programas de Iniciação Científica Júnior e Programa de Educação Básica.

Elder de Oliveira também informou, que em junho deste ano, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado do Espírito Santo (Fapes), José Antônio Bof Buffon, visitará Rondônia com o objetivo de propor cooperação com a Emater e Embrapa para melhorar ainda mais a cafeicultura. Rondônia é o primeiro produtor de café da Amazônia e o quinto do País, podendo alcançar a safra de quatro milhões de sacas até 2018. “Isso demonstra o quanto evoluímos e o quanto poderemos conquistar”, assinalou.

DESTAQUES DO MARCO LEGAL

— Dispensa da obrigatoriedade de licitação para compra ou contratação de produtos para fins de pesquisa e desenvolvimento.

— Regras simplificadas e redução de impostos para importação de material de pesquisa.

— Permite que professores das universidades públicas em regime de dedicação exclusiva exerçam atividade de pesquisa também no setor privado, com remuneração.

— Aumenta o número de horas que o professor em dedicação exclusiva pode dedicar a atividades fora da universidade, de 120 horas para 416 horas anuais (8 horas/semana).

— Permite que universidades e institutos de pesquisa compartilhem o uso de seus laboratórios e equipes com empresas, para fins de pesquisa (desde que isso não interfira ou conflita com as atividades de pesquisa e ensino da própria instituição)

— Permite que a União financie, faça encomendas diretas e até participe de forma minoritária do capital social de empresas com o objetivo de fomentar inovações e resolver demandas tecnológicas específicas do País.

— Permite que as empresas envolvidas nesses projetos mantenham a propriedade intelectual sobre os resultados (produtos) das pesquisas.

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Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Arquivo/Secom
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Agricultura, Agropecuária, Água, Capacitação, Convênios, Distritos, Ecologia, Economia, Educação, Empresas, Governo, Inclusão Social, Indústria, Infraestrutura, Legislação, Meio Ambiente, Piscicultura, Rondônia, Saneamento, Saúde, Serviço, Servidores, Sociedade, Solidariedade, Tecnologia, Transporte


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