Grupo paranaense estuda viabilidade para implantar misturadora de fertilizantes em Rondônia

“Fertilizante é alimento para a planta; é o seu café da manhã, seu almoço, seu jantar”, definiu Alceu Feldmann, maior acionista da Fertipar, uma das quatro maiores empresas do ramo no Brasil, durante reunião na Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), na quinta-feira (29), com representantes de empresas de transporte fluvial e marítimo e outros órgãos governamentais do setor. Após o encontro, acompanhado do vice-governador, Daniel Pereira, Feldmann visitou a estrutura da Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (Soph), em Porto Velho.

Governo quer fábrica de fertilizantes em Rondônia

Para a reunião, o secretário Evandro Padovani convidou o diretor da Soph, Leudo Buriti; a diretora do grupo Amagge Navegação, Dolores Barofaldi; o diretor da Atlântica Matapi (Belém-PA), Tiago Pinto, e vários técnicos e especialistas em agronegócio do governo e da iniciativa privada a fim de mostrar um perfil de oportunidades abertas com a oferta abundante do calcário da mina explorada pela Companhia de Mineração de Rondônia (CMR) em Pimenta Bueno e de outra particular que, juntas, produzirão neste ano mais de 800 mil toneladas do corretivo do solo.

Feldmann está presente em Rondônia desde o início dos anos 80 (1984) com grandes fazendas no Vale do Guaporé, criando gado de corte –abate mais de 60 mil cabeças por ano-, entre outros investimentos em todo o estado. “Somos um dos quatro grandes produtores de fertilizantes do Brasil (20% dos 30 milhões de toneladas produzidas) e queremos estender nossas plantas de processamento para a região Norte”, disse.

O grupo Fertipar demonstra interesse no estado por sua posição estratégica, pela oferta do calcário e as três rotas aquáticas de escoamento disponíveis (navegação entre os portos de Porto Velho e os de Manaus-AM, Belém-PA e Paranaguá-PR). “Conhecemos bem Rondônia e sabemos das suas potencialidades. Nestes cinco anos do governo Confúcio Moura vimos uma verdadeira revolução no campo, sem comparação com outras regiões”, afirmou Alceu Feldmann.

Após a apresentação das potencialidades pelos parceiros, o secretário convidou o empresário a investir e gerar empregos em Rondônia. “Conhecemos a qualidade dos produtos da Fertipar e sabemos que a instalação de uma misturadora aqui vai baratear o preço para o produtor, principalmente para os pequenos da economia familiar, e vai aumentar a produtividade das nossas pastagens, da nossa agricultura e da piscicultura”, relatou.

“A facilidade de acesso via fluvial e marítima, por onde importamos da Rússia, Estados Unidos, Alemanha e Marrocos os componentes nitrogenados, fosfatados e potássio, para fazermos as misturas são de suma importância”, disse.

Depois de visitar as instalações da Soph, para examinar a possibilidade de locação de uma área onde poderá estocar e movimentar seus produtos, Alceu Feldmann disse que há um equivoco com relação aos fertilizantes. “Alguns pensam que é veneno, mas é exatamente o contrário: é comida para as plantas. Quando se cultiva, por exemplo soja, em uma área, a planta absorve os nutrientes do solo que precisam ser repostos. Um solo fértil produz muito mais”, disse, explicando que assim como nós, seres humanos e os demais animais precisamos de ‘calorias’ para continuar vivendo, as plantas precisam de nutrientes químicos, como fósforo, nitrogênio, potássio. “O que nós fabricamos é o café da manhã, o almoço e o jantar das plantas”, apontou Feldmann.