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23/04/2024

Ouvidoria da Polícia Civil funciona 24 horas

10 de fevereiro de 2014 | Governo do Estado de Rondônia

A formação da Ouvidoria é uma reivindicação antiga de alguns setores da Polícia Civil, destaca Xisto, que alerta que a função da mesma não pode ser confundida com a da Corregedoria, um órgão já tradicional da instituição policial, encarregada da fiscalização. “Pelo que me lembro, há pelo menos 15 anos vinha insistindo na criação da Ouvidoria, que finalmente, em abril do ano passado foi implantada”, destaca Paulo Xisto, delegado há 30 anos em Rondônia. Ele foi convidado  para comandar o novo órgão, mas disse que só aceitaria desde que o seu telefone pessoal fosse também o da Ouvidoria. Ele explica que a forma mais eficiente para uma Ouvidoria de Polícia é esta, uma vez que as pessoas vão ter necessidade de recorrer ao serviço nos horários mais improváveis. Ele contou que já foi acordado na madrugada quando um cidadão reclamou por ter sido desrespeitado e preso por um policial, quando na verdade era a vítima  em um acidente envolvendo veículos.

Ainda segundo ele, as pessoas não têm o hábito de denunciar a prática do mau serviço prestado por policiais por dois motivos principais: é possível que muitos ainda tenham em mente lembranças do período do autoritarismo e a truculência com que as pessoas eram tratadas e outros por temerem pela própria vida. “Assim, ainda são poucos os denunciantes e penso que serão necessários ainda muitos anos para que esse comportamento seja modificado”. Todas as denúncias e reclamações que chegam à Ouvidoria são encaminhadas ao diretor geral da Polícia Civil, que está encarregado de dar encaminhamento a elas. A Ouvidoria funciona junto à Direção Geral (DGPC), na av. Carlos Gomes, com avenida Farquar, no bairro Caiari.

 

Pacificando a Escola

E já que a comunidade pouco vai à Ouvidoria, o órgão desenvolveu um projeto para ir até a comunidade. O público alvo, de acordo com Xisto, ainda é restrito, pois abrange, pelo menos por enquanto, alunos do segundo e terceiro anos do ensino médio de duas escolas da capital, a Rio Branco e a Tancredo Neves, ambas do Estado. A ideia do projeto é reduzir a agressividade e combater o comportamento antissocial por meio de conversas e palestras de profissionais. Nas duas escolas onde o projeto foi implantado no ano passado, profissionais de vários setores, inclusive policiais fazem encontros quinzenais com os alunos, levando a eles instrução, orientação e mostrando as consequências de atos cometidos naturalmente, tais como atos infracionais praticados nas redes sociais.Devido ao pouco tempo de execução, o projeto ainda não tem resultados de grande monta, mas nas escolas já se percebe a mudança no comportamento de muitos jovens, salienta o delegado, que acompanha pessoalmente os encontros e está sempre nas escolas. Segundo ele, há um pensamento de que escola não precisa de polícia, o que não é verdadeiro, porque nos dias atuais, sabemos de casos de alunos que se matriculam nas escolas com intenção apenas de comercializar drogas; professores são frequentemente ameaçados, além da prática viciosa de professores contra alunos. “Creio que ao longo deste ano vamos constatar muitas mudanças na vida dos alunos que participam do projeto”, destacou. As turmas e os horários das palestras são indicados pela Orientação Pedagógica e os encontros são de 45 minutos. Para que haja um bom aproveitamento, as turmas são dividas. “Tiraram a autoridade dos professores e o mau aluno atrapalha o aprendizado dos demais e o  nosso objetivo é também mudar o comportamento do mau aluno para que ele aproveite mais a oportunidade que a escola lhe oferece”.

 

Rolezinho

A conduta de jovens que se programam hoje pelas redes sociais para encontro em shoppings, segundo Paulo Xisto, não é novidade. Para ele, a facilidade de acesso à tecnologia, há algum tempo tem possibilitado essa integração entre adolescentes e jovens, que combinam encontrarem-se ao final da aula em determinado lugar.  “Estes encontros não são ilegais”, disse o delegado. No caso dos shoppings, estes meninos e meninas são, de modo geral, extremamente consumistas e usam produtos de marca mesmo quando não são de classe social privilegiada, salientou. Para ele, a impressão que se tem é que há certo preconceito contra as pessoas do rolezinho, porque são oriundos da periferia, “se tiver vigilância não vejo nenhum problema”.

 

Texto: Alice Thomaz

Fotos: Daiane Mendonça


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Fonte
Secom - Governo de Rondônia

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