Governo de Rondônia
19/04/2024

SEMANA DE ENFRENTAMENTO

Profissionais da Educação, Saúde e Assistência Social debatem o combate ao uso indevido de álcool e outras drogas, em Porto Velho

28 de junho de 2018 | Governo do Estado de Rondônia

Alessandra Diehl reforça a importância da rede de atenção para fortalecer o combate a dependência química

 

Profissionais que atuam nas áreas da Educação, Saúde e Assistência Social na rede estadual participaram da VI Semana de enfrentamento ao uso indevido de álcool e outras drogas, realizada de 25 a 29 de junho, no Rondon Palace Hotel, com o tema: despertar para o problema e fazer parte da solução.
Os dias de evento foram dedicados a ações de capacitação, com o objetivo de discutir as nuances do

tema sobre a perspectiva dos usuários, ou seja, do público que precisa de ajuda para combater os sintomas da dependência química.

Alessandra Diehl, psiquiatra, especialista em dependência química e membro da Associação Brasileira de Álcool e outras drogas (Abead), ministrou curso para profissionais que atuam na Saúde. Ela reforçou a importância da rede de atenção para fortalecer o combate, “não somente a rede estruturada, mas a subjetiva: a da família, dos amigos. Importante lembrar que todos podemos ajudar e proteger quem está precisando de ajuda”, defende.

Ela ressaltou que não raro o combate ao uso indevido de álcool e outras drogas esbarra no estigma dos brasileiros quanto às pessoas em estado de dependência: “foi comprovado por meio de pesquisa que 41% dos brasileiros sentem ódio, repulsa ou preconceito de usuários, de pessoas que precisam de cuidado, porque estão vulneráveis e não conseguem uma oportunidade de ser reinseridos na sociedade”, lembra.

A especialista defende a quebra de ciclo de encaminhamento para o especialista. “Neste evento lembramos e reforçamos que todos fazemos parte da rede de enfrentamento, quem pode, ajuda. E Rondônia está dando um exemplo muito bonito: a interação dos servidores está sendo muito participativa, realmente eles querem ficar no evento, com certeza não fazem parte da pesquisa dos 41%, demonstram que estão dispostos a fazer a diferença”, elogia.

A ação contou com a participação de servidores dos 52 municípios e foi realizada em três ambientes, com discussão de temáticas que irão subsidiar as equipes que atuam nos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e nos Centros de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS). “Geralmente, o usuário perpassa por toda essa rede, por isso é importante a atuação integrada, não existe um único equipamento para assumir esse papel, por isso precisam estar alinhados e a rede funcionar de maneira articulada”, diz Ana Carolina Assunção, psicóloga, gerente de prevenção da secretaria de Estado de Assistência e do Desenvolvimento Social.

EDUCAÇÃO e ASSISTÊNCIA SOCIAL 

Eroy Silva, psicóloga, doutora em Ciências, palestrou para profissionais que atuam na Educação

Profissionais da Educação também participaram de capacitações para enfrentar o problema do uso indevido de álcool e outras drogas. Numa das oficinas, Eroy Silva, psicóloga, doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), falou sobre um público que geralmente sofre os reflexos da dependência química: os alunos. “Vocês devem ficar mais atentos aos mais problemáticos, são esses que devem chamar a atenção de vocês, porque evidencia que alguma coisa de errado está acontecendo em seu âmbito familiar”, destacou.

Outro grupo que participou das capacitações foi o de profissionais que atuam nas chamadas Comunidades Terapêuticas, comumente chamadas de casas de recuperação. São domicílios que oferecem acolhimento e tratamento para colaborar com os usuários a superar a dependência química. Maurício Landre, assistente social, especialista em dependência química pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ministrou capacitação para profissionais de Rondônia que atuam com esse público: falou sobre a importância do Plano Terapêutico Individual (PTI) e da participação de instituições religiosas no processo de recuperação dos dependentes.

Em Rondônia, existem 43 Comunidades Terapêuticas (CT), em regime de residência terapêutica, na modalidade voluntário, ou seja, a pessoa decide quando quer sair a qualquer momento. Joní Eler Monteiro, pedagoga, administra uma no município de Rolim de Moura. No local residem 65 pessoas em fase recuperação, sendo 55 homens e 10 mulheres. Ela destacou a importância de capacitações para oferecer a melhor acolhida aos usuários: “trabalhamos nessa área há 15 anos, a cada dia chegamos a conclusão que precisamos estar cada vez mais capacitados”, lembra. Ela afirma que o tema que mais chamou sua atenção no evento foram as discussões sobre a rotina do trabalho. “Conversamos sobre pontos que podem colaborar com a melhoria no tratamento, o dia a dia da Comunidade Terapêutica e adequação do Plano Terapêutico Individual”, destaca.

Este é o 6° ano de promoção do evento, realizado esta semana em homenagem ao dia 26 de junho, Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Drogas. “Geralmente nessa semana elaboramos atividades de maior mobilização social, em Rondônia, voltadas para capacitação, estratégia de interação e manejo para grupos, como de crianças, adolescentes, mulheres, idosos, para aperfeiçoar qual a abordagem utilizar”, informa Carla Mangabeira, coordenadora de políticas sobre drogas da Secretaria de Estado da Assistência e do Desenvolvimento Social. “O Estado cumpre seu papel: fortalece o que já existe e o resultado é positivo para a sociedade”.

Leia mais:

Terapeuta critica preconceito e enaltece trabalho de comunidades no acolhimento a dependentes químicos

 


Leia Mais
Todas as Notícias

Fonte
Texto: Mineia Capistrano
Fotos: Jeferson Mota
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Assistência Social, Educação, Governo, Rondônia, Saúde


Compartilhe


Pular para o conteúdo