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28/03/2024

RESSOCIALIZAÇÃO

Reeducandos da Casa de Detenção de Ariquemes aprendem a ler e a escrever; Programa Construindo a Liberdade atende 60 setenciados

17 de novembro de 2015 | Governo do Estado de Rondônia

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Aulas são ministradas por professores da rede estadual, nos três turnos

Parceria das Secretarias de Estado de Justiça (Sejus) e da Educação (Seduc) garante a participação de presos incluídos no Programa Construindo a Liberdade, na Casa de Detenção de Ariquemes (CDA), nas aulas do Ensino Fundamental e Médio. As aulas seguem o sistema de módulos do Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos de Ariquemes (Ceejaar).

Atualmente, 60 reeducandos participam das aulas do multisseriado, 5º ano ao Ensino Médio pelo curso modular. Os detentos que trabalham frequentam as aulas no período noturno.

A professora Metilde Alves acredita que a principal causa da delinquência seja a injustiça social, reflexo da falta de acesso à escola seja pública ou privada, e, diante desta realidade, passam a cometer crimes, já que desconhecem o que é moral ou imoral, pois a orientação destes princípios é fundada na educação. “Educar nos presídios é também reduzir índices de criminalidade”, disse.

C.A. S, de 32 anos, há um ano e três meses na instituição, condenado por tráfico de drogas a quatro anos e cinco meses no regime fechado, há um ano está  cursando o Ensino Fundamental, no período da manhã. Ele também iniciou neste mês o curso de marcenaria, no período da tarde. “Eu estou tendo oportunidade de estudar, e não vou jogar fora”, afirmou.

O garimpeiro J.P. S, de 29 anos, nasceu em Machadinho do Oeste, e como desde cedo foi trabalhar em garimpagem não estudou. Ao ser preso, por homicídio, não sabia ler nem escrever. Dois anos depois de ser preso, conseguiu ser aprovado pela comissão – formada por representes do CDA, Conselho da Comunidade, Defensoria Pública e representante do Ceejarr-, e integrado ao programa. Há um ano frequenta aulas de alfabetização e contou que já sabe ler e escrever. Agora também participa do curso de carpintaria. “Eu ainda tenho quatro anos e meio para cumprir pena em regime fechado, mas quando eu sair vou escrever uma nova história para minha vida”, garantiu.

O aluno E.J. A , de 22 anos,  está preso há um ano e nove meses. Em nove meses concluiu o curso de corte e costura, e faltam apenas as disciplinas de história e geografia para concluir o Ensino Fundamental.  “Eu estudo não só pensando na redução da pena, mas para adquirir conhecimento, pois entendo que vai fazer a diferença na minha vida”.

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E.J.A disse que quando não está estudando, está com um livro nas mãos

Segundo o reeducando, estudar ocupa o tempo ocioso, e quando ele não está em sala de aula está com um livro na mão.

Outra causa da criminalidade, apontada por Metilde, é a falta de acesso ao mercado de trabalho, que termina incentivando as pessoas, sem melhor grau de qualificação profissional, para o caminho do crime. “Sem qualificação para atender à perspectiva do mercado de trabalho, nessa sociedade capitalista seletiva, onde o profissional tem que fazer o diferencial para manter o emprego, é difícil para esses jovens que não tiveram oportunidades”, arguentou.

Para a coordenadora de Educação da região do Vale do Jamari, Núria Saguê, é importante mostrar que pela educação existem novos caminhos e novas oportunidades na vida. A leitura transforma a vida das pessoas, a educação liberta. Mesmo a pessoa estando fora da liberdade, do convívio em sociedade a educação possibilita a busca de novos caminhos. “O que depender da educação para mudar a realidade social, estaremos sempre juntos, não só dentro dos muros da escola, como fora também”, ressaltou Núria.

As aulas são ministradas na escola construída pelo Senai dentro da CDA, com mão de obra dos apenados e recursos do Conselho da Comunidade na Execução Penal (CCEP). As aulas ocorrem nos três  turnos  por professores da rede pública do Estado, lotados no Ceejaar e habilitados nas áreas que atuam, com acompanhamento dos agentes penitenciários que contribuem com o projeto.

A diretora do Ceejaar, Francismar dos Santos, destacou o apoio do presidente do Conselho da Comunidade, Gustavo Henrique Mendes; e do Diretor da CDA, Heber Carvalho dos Santos, fundamental para que as aulas aconteçam de maneira a atingir todos os objetivos.


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Fonte
Texto: Suelly David
Fotos: Elizeu Nunes/CDA
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Assistência Social, Capacitação, Cursos, Educação, Justiça, Legislação, Polícia, Rondônia, Segurança, Serviço, Sociedade, Solidariedade


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