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29/03/2024

PREVENÇÃO

Sesau, Agevisa e Lacen realizam curso para profissionais da área de zoonoses; a meta é identificar vetores da febre maculosa

02 de dezembro de 2016 | Governo do Estado de Rondônia

NO ESTADO - Equipe de campo do Lacen realiza pesquisa para identificar vetores

Equipe de campo do Lacen realiza pesquisa para identificar vetores

Com o objetivo de capacitar e formar uma rede ampliada de vigilância para doenças transmitidas por carrapatos, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), em parceria com a Agência de Vigilância em Saúde (Agevisa), e o Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen), realiza da próxima segunda (5) à sexta-feira (9), em Porto Velho, o curso de vetores da febre maculosa. O público alvo são profissionais de saúde que atuem no controle de zoonoses

De acordo com o diretor-geral do Lacen, Luiz Tagliani, o curso faz parte de um pacote de ações preventivas adotadas pelo governo de Rondônia para evitar que a doença avance no estado. A abertura e a parte teórica serão realizadas no Rondon Palace Hotel, a partir das 8h. A parte técnica acontecerá no Lacen.

Rondônia foi o primeiro estado da região Norte a ter caso confirmado laboratorialmente. O diretor afirmou que foi comprovada a circulação de Rickettsia sp – gênero de bactérias que são carregadas como parasitas por vários carrapatos, pulgas e piolhos. A confirmação aconteceu por estudo molecular em espécies no estado.

Após a confirmação do primeiro caso de febre maculosa autóctone em Rondônia, e que teve o local provável de infecção na região de Alto Paraíso, o estado deixou de ser considerado “silencioso” para a classificação de “agravo”, e impõe a necessidade de monitoramento da fauna de carrapatos para verificação das espécies e a ocorrência de riquétsias – parasitas de artrópodes como piolhos, pulgas e carrapatos – nas amostras analisadas pela equipe técnica do Lacen.

O QUE É A DOENÇA
A febre maculosa é uma doença transmitida pelo carrapato infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Estudos apontam que há outras três cepas – em biologia e genética refere-se a um grupo de descendentes com um ancestral comum que compartilham semelhanças -, com patogenicidade confirmada no Brasil: R. felis, R. sp mata atlântica e R. parkeri.

Ela é transmitida por carrapatos do gênero Amblyomma, entretanto há indícios que outros carrapatos também podem ser hospedeiros como o carrapato comum do cão.

O carrapato se mostra como um importante vetor para a doença porque há transmissão transovariana – a fêmea infectada passa para os ovos -, transmissão transestadial – cada estádio passa para o outro -, transmissão por meio da cópula, transmissão durante a alimentação. Tanto machos como fêmeas se alimentam de sangue. Machos e fêmeas podem permanecer infectados por toda a vida, estimada em até três anos.

 Técnicos serão capacitados pelo Lacen para vetores da febre maculosa

Técnicos serão capacitados pelo Lacen para vetores da febre maculosa

Além da febre maculosa, os carrapatos podem ser vetores para diversas outras doenças, como anaplasmose, borreliose, febre Q, tularemia, encefalites virais, doença de lyme, babesiose. Há espécies mais agressivas que podem causar paralisia e anafilaxia após consumo de carne vermelha.

Esta pauta do curso do curso também é para divulgação de conhecimentos básicos sobre pulgas e piolhos, também transmissores de doenças graves para humanos como tifo epidêmico, oeste bubônica, e outras, destaca Tagliani.

É uma doença que possui sintomas que se confundem com diversos outros agravos mais comuns: leptospirose, dengue, doenças exantemáticas ¬- que causam erupções na pele ou lesão avermelhada que é ocasionada por uma doença aguda e infecciosa -, tifo entre outras.

É considerada doença não comum, porém de taxa de letalidade alta se não tratada, principalmente nos casos que o diagnóstico inicial é dengue. O tratamento é acessível e barato, sendo as drogas de escolha: doxiciclina ou cloranfenicol, antibióticos de amplo espectro, afirma Luiz Tagliani.


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Fonte
Texto: Zacarias Pena Verde
Fotos: Ítalo Ricardo
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Cursos, Educação, Governo, Inclusão Social, Infraestrutura, Rondônia, Saúde


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