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20/04/2024

NUTRIÇÃO ANIMAL

Silagem, solução para o déficit de pastagens durante a estiagem

04 de fevereiro de 2020 | Governo do Estado de Rondônia

A silagem de milho melhora a nutrição do rebanho e é uma solução ambiental, porque diminui a exigência de áreas de pastagem

No pico do período seco em Rondônia, por causa do déficit de pastagens, os pecuaristas que trabalham com gado de leite ou de corte passam pelas mesmas dificuldades para alimentar o rebanho. A conseqüência é a diminuição na produção de leite e a perda de peso ou diminuição no crescimento dos bezerros, acarretando grandes prejuízos financeiros. O problema, no entanto tem solução, com o uso da silagem, e no caso do leite pode se converter em vantagem para o produtor já que é justamente neste período que o leite alcança os melhores preços.

Um trabalho desenvolvido no escritório local da Emater-RO em Espigão do Oeste demonstra a eficácia do uso da tecnologia da silagem na alimentação dos rebanhos. “O exemplo vem da produtor rural, Lacino Betzel, que recebe assistência técnica da Emater-RO há sete anos”, diz Cristiane Mondin, gerente do escritório, que explica que neste período ele fez investimentos, adequação dos processos produtivos e registros de seus custos de produção, facilitando o planejamento da atividade produtiva, para torná-la mais lucrativa.

As planilhas de produção e custo do produtor revelam que ele alcançou uma produção de 50 toneladas por hectare de silagem milho, considera-se que em condições normais, 30% desse volume é de matéria seca (MS), portanto cada hectare gera cerca de 15 toneladas de material seco.

“Considerando-se que o consumo dos animais bovinos é em media 2,5% de seu peso vivo em matéria seca, uma vaca de 500kg vai comer aproximadamente 12kg de MS/dia, o que corresponde a aproximadamente 40kg de silagem por dia. Se comesse exclusivamente no cocho – mesmo com déficit de pastagens no verão amazônico – considera-se que os animais podem comer 50% da sua necessidade de volumoso, em capim no pasto, reduzindo assim, a necessidade de fornecimento de silagem pela metade”, detalha a gerente.

O que as informações acima demonstram são vantagens que o produtor pode conseguir com o uso da técnica da silagem de milho, pois ainda que o criador precise fornecer silagem durante 120 dias por ano, com apenas um hectare de milho para silagem, o produtor poderá alimentar cerca de 20 vacas no período.

Os silos podem ser de diferentes modelos, em Rondônia o mais usado é o silo de superfície, em razão do menor custo.

Levando-se em conta que o custo para implantação de um hectare de milho para silagem é de R$ 4.084,00, pode-se considerar muito caro, mas sabendo-se que a produção de vacas leiteiras, de boa qualidade varia entre 08 e 20 litros de leite dia, podemos considerar a média, 14 litros, e multiplicar pelo numero de dias (120) e numero de animais (20) e encontramos a produção possível para o período, que é igual a 33.600 litros de leite, volume mais do que suficiente para garantir a cobertura dos custos e gerar superávit.

Diante dos dados apresentados pelos técnicos da Emater-RO, em Espigão do Oeste, não há o que se negar sobre as vantagens do uso da tecnologia da silagem na alimentação do gado, especialmente o gado leiteiro, durante o período seco em Rondônia. Além da boa nutrição do rebanho e a manutenção da produção de leite, tem a vantagem de ser justamente no período seco que o leite alcança o melhor preço, há ainda as vantagens da estabilidade sanitária resultante da boa nutrição do rebanho.

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Fonte
Texto: Enoque de Oliveira
Fotos: Arquivo da Emater-RO
Secom - Governo de Rondônia

Categorias
Agricultura, Agropecuária, Economia, Governo, Rondônia


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